Actividades Adicionais do Sector Privado

A empresa de Jorge Böhm, nos anos 1969, foi a maior exportadora de vinhos portugueses para a Alemanha.

Esta empresa teve o apoio do Dr. Vera Jardim, fundador da primeira empresa com participação de capital alemão (sócio fundador, Eng.º Raposo Palma), consoante o novo código de investimento de estrangeiros.

Após a sua decisão de imigrar para Portugal, Jorge Böhm contactou vários importadores e jornalistas alemães. Organizou três viagens para comerciantes alemães a Portugal (PLANSEL – IVV), divulgando a reestruturação do sector vitivinícola em Portugal, publicando maciçamente em jornais orientados para o mercado do vinho na Alemanha.

A PLANSEL sempre defendeu a necessidade da institucionalização de uma comissão de delegados de todos os sectores vitivinícolas para gerar uma política integral e concertada. Vários foram os sectores de grande relevância para o progresso económico sustentável que ficaram isolados, sem diálogo com o líder de opinião dos sectores. As decisões principais foram aplicadas por directivas superiores e em alguns casos com consulta a sectores técnico‑profissionais envolvidos. Quando as directivas não funcionavam, eram descontinuadas e substituídas por novas, mesmo contrariando as exigências iniciais, não favorecendo o progresso tecnológico. A PLANSEL, ainda assim, neste tempo, encontrou um forte parceiro na associação dos Agricultores, a CAP.

Nos anos 90, a PLANSEL organizou um encontro informal de representantes envolvidos no sector vitivinícola, no Ministério da Agricultura. Neste encontro participaram representantes da administração pública, das universidades e do sector privado produtivo, para abordar a necessidade da criação de uma organização interprofissional com a participação do sector da Administração Pública. O objectivo foi formar um núcleo vitivinícola competente para uma política concertada. Este encontro teve uma inesperada adesão de participantes e um consenso sobre os objectivos propostos, mesmo da parte dos funcionários públicos, pois tinham consciência da fragilidade das decisões dos directores de outras direcções regionais. No entanto, o Ministério da Agricultura, nos anos 90, rejeitou esta proposta, justificando que o núcleo não poderia tomar as suas próprias decisões.

“ORDINARIAMENTE todos os ministros são inteligentes, escrevem bem, discursam com cortesia e pura dicção, vão a faustosas inaugurações e são excelentes convivas. Porém, são nulos a resolver crises. Não têm a austeridade, nem a concepção, nem o instinto político, nem a experiência que faz o ESTADISTA. É assim que há muito tempo em Portugal são regidos os destinos políticos. Política de acaso, política de compadrio, política de expediente. País governado ao acaso, governado por vaidades e por interesses, por especulação e corrupção, por privilégio e influência de camarilha, será possível conservar a sua independência?

(Eça de Queiroz, 1867 in “O distrito de Évora”)

A PLANSEL organizou vários seminários, sempre com boa aceitação por parte da opinião pública e dos profissionais privados. Vários oradores internacionais com reputação foram convidados, expondo a necessidade de interactividade positiva pela comunicação inter‑profissional existente noutros países. A esperança foi de institucionalizar um núcleo vitivinícola com competência para tomar decisões consensuais de todos os sectores, embora limitado ao sucesso económico. A administração gerida por Carlos Portas tentou criar conselhos consultivos nas diferentes instituições públicas, para garantir um direccionamento da informação do sector profissional para o sector superior. Esta foi uma primeira aproximação, no entanto, pouco efectivada na prática. Outro passo importante para uma viticultura mais sustentável foi a delegação da competência em comissões interprofissionais como as CVR (Câmaras vitícolas) e a ViniPortugal (com a promoção do vinho).

No final dos anos 90, a filha de Jorge Böhm, fundador da PLANSEL, após a sua licenciatura em Enologia (F. H. Geisenheim) investiu na produção e comercialização de vinhos, com base no programa de selecção clonal da PLANSEL. Actualmente, a adega da PLANSEL produz vinho a partir de mais de 65 vinhas, sendo 80% da produção para exportação.

 

Divulgação

  • 1988, seminário em Montemor‑o‑Novo “Dinamização do inter‑profissionalismo no sector vitivinícola”, PLANSEL/CAP.
  • 1990, seminário na EAN Oeiras (colaboração CAP – PLANSEL): “Portugal vitivinícola no ano 2000 em prol de uma agência interprofissional de marketing de vinho” (1992).
  • 2003, 1.º International Symposium on Grapevine Growing, Commerce and Research, ISHS (conviner J. Böhm; responsabilidade PLANSEL – CAP).
  • 2009, Simpósio da Universidade de Évora, “Consertar o futuro – a visão internacional da vitivinicultura”. (colaboração Bayer – PLANSEL).

 

Publicações

  • Chance oder Gefahr für die EG – Portugal (1984), Hans Jörg Böhm, die Weinwirtschaft, Nr. 26/84.
  • Weinbau mit vielen Chancen in der EG (1985), Hans Jörg Böhm, die Weinwirtschaft, N.º 28/85.
  • Strukturen und Absatzwege Portugals (1986), Hans Jörg Böhm, die Weinwirtschft, N.º 14/86.
  • Interview: Divided and rule‑less, Portugal needs to put her vineyards in order if she is to benefit from her membership of the EEC, says Hans Jörg Böhm, (1986) Wine and Spirit. Feb. 86.
  • Umstellung auf Qualitätswein (1987), Hans Jörg Böhm, Weinwirtschft Markt, N.º 6/87.
  • Mit grossen Schritten in eine europäische Zukunft (1988), Hans Jörg Böhm, alles über Wein n.º 2/88.
  • Qualitätsweine auf dem Wege in deutschen Handel (1989), Hans Jörg Böhm, Weinwirtschft Markt, N.º 24/89.
  • VQPRD‑Qualitätsweingebiete abgegrenzt (1990), Hans Jörg Böhm, Weinwirtschaft N.º 16/90.
  • Entdeckt: Rotweine aus dem Alentejo (1991), Hans Jörg Böhm, Weinwirtschaft N.º 23/91.
  • Leichtwein aus dem Norden – Portugals (1993), Hans Jörg Böhm, Weinwirtschaft Markt N.º 9/93.
  • O grande livro das castas, Portugal vitícola (2007), Jorge Böhm autor‑coordenador (editora Chaves Ferreira).
  • Atlas das castas da Península Ibérica (2011), Jorge Böhm, autor‑coordenador (editor Ulmer Verlag). Versão alemã.

 

Publicações (a favor da agência de apoio à comercialização de vinhos)

  • Seminário: “Portugal vitivinícola no ano 2000 em prol de uma agência interprofissional de marketing de vinho” (1992), na EAN‑Oeiras, Hans Jörg Böhm, Vida Rural n.º 22/92.
  • Vitivinicultura portuguesa tem de dar um passo em frente – em prol de uma agência inter‑profissional de marketing de vinho (1992), Hans Jörg Böhm, Revista do Agricultor, Junho/92.
  • A empresa PLANSEL está convicta de que este Portal Vine to Wine circle trilingue (alemão, inglês e portugues) pode compensar uma falta de comunicação nos países estrangeiros, uma vez que a informação estará disponível na própria língua, sobre as castas, as regiões relacionadas com o terroir e a história da Península Ibérica, servindo ainda para um processo de dinamização da exportação.

 

Actividades (globalização das castas com clones certificado – PLANSEL‑JBP)

  • 1996‑98 E.U.A. – Univers. Cornell (Prof. Danis Gonsalves/ David Altman – American tobacco)
  • 2003‑2009 E.U.A. – Univers. Davis California Dra Deborah Golino, (FPS) – Sunridge e E&J Gallo responsável pela homologação sanitária e divulgação dos clones PLANSEL.
  • 2005 Austrália – South Australian grapevine improvement SA., homologação e distribuição dos clones PLANSEL.
  • 2005 Nova Zelândia – Riversun nurserey, homologação e distribuição de uma parte dos clones PLANSEL.
^