Vital (PT)

Variedade: Branca | Categoria II | Portugal

Ficha da Casta

Vital

Origem da casta: Centro e Norte do país. No Posto Ampelográfico de Torres Vedras (1897) foi dada como oriunda da Lourinhã. Mas não foi referida por Menezes (1900) na sua descrição exaustiva das castas.

Região de maior expansão: Estremadura (70%). Na literatura antes do século XX, não se encontra com esta denominação. Devido à sua larga presença e classificação, deve ser historicamente conhecida com sinonímia.

Sinónimos oficiais (nacional e OIV): Não há.

Sinónimos históricos e regionais: Boal Bonifácio, Malvasia Corada (Dão, Douro).

Homónimos: Desconhecidos.

Superfície vitícola actual: 2.250 ha.

Utilização actual a nível nacional: Abaixo de 0,1%.

Tendência de desenvolvimento: Não significativa.

Intravariabilidade varietal da produção: Média-alta.

Qualidade do material vegetativo: Material policlonal RNSV. Material clonal em processo de admissão à certificação.

VVMD5 VVMD7 VVMD27 VrZag62 VrZag79 VVS2
Alelo1 Alelo2 Alelo1 Alelo2 Alelo1 Alelo2 Alelo1 Alelo2 Alelo1 Alelo2 Alelo1 Alelo2
222 240 235 235 181 194 188 188 247 253 147 153

Vinho de Qualidade DOC: «Palmela», «Alenquer», «Arruda», «Torres Vedras».

Vinho regional: «Trás-os-Montes», «Beiras», «Estremadura», «Ribatejano», «Terras do Sado».

Extremidade do ramo jovem: Aberta, com orla carmim de intensidade média e média densidade de pêlos prostrados.

Folha jovem: Amarelada com tons bronzeados, página inferior com média densidade de pêlos prostrados.

Flor: Hermafrodita.

Pâmpano: Verde, com gomos verdes.

Folha adulta: De tamanho médio, orbicular, com três lóbulos; limbo verde claro, irregular, ligeiramente bolhoso; página inferior com média densidade de pêlos prostrados; dentes curtos e convexos; seio peciolar pouco aberto, em U, e seios laterais em V aberto.

Cacho: Grande, cónico, medianamente compacto, pedúnculo de comprimento médio.

Bago: Arredondado, médio e verde-amarelado; película de espessura média e polpa mole; difícil separação do pedicelo.

Sarmento: Castanho escuro.

Abrolhamento: Época média, 3 dias após a Fernão Pires.

Floração: Época média, 2 dias após a Fernão Pires.

Pintor: Precoce a médio, 3 dias após a Fernão Pires.

Maturação: Época média, uma semana após a Fernão Pires.

Vigor: Médio a forte.

Porte (tropia): Semi-erecto.

Entrenós: Médios e regulares.

Tendência para o desenvolvimento de netas: Média.

Rebentação múltipla: Nula.

Índice de fertilidade: Não estudado.

Produtividade: Índice elevado (8 - 15 t/ha). Valores RNSV: 2,32 kg/pl (média de, no mínimo, 40 cultivares, registada em Caldas da Rainha, durante 2 anos).

Estabilidade da produção (diferentes anos e localidades): Regular.

Homogeneidade de produção (entre as plantas): Uniforme.

Índice de Winkler (somatório de temperaturas activas): Não encontrámos estudos.

Producção recomendada: 6.000 l/ha.

Sensibilidade abiótica: Muito sensível ao stress hídrico no Verão (bagos engelhados).

Sensibilidade criptogâmica: Elevada sensibilidade à Botritis (cacho); sensível ao Oídio.

Estado sanitário (sistémico) antes da selecção: 70% GLRaV 3, 20% GFkV, < 50% RNSV.

Sensibilidade a parasitas: Sensível à Traça.

Tamanho do cacho: Grandes.

Compactação do cacho: Medianamente compacto.

Bago: Médio, arredondado.

Película: Medianamente espessa.

Nº de graínhas: Não estudado.

Sistema de condução: Poda de vara e cordão.

Solo favorável para obter qualidade: Profundo e fértil; exposição a Norte (para evitar escaldão).

Clima favorável: Resistente ao vento, dá-se bem em zona marítima.

Compasso: Todos os compassos tradicionais, mas adaptados às necessidades do local da plantação.

Porta-enxertos: Todos os porta-enxertos tradicionalmente utilizados.

Desavinho/Bagoinha: Sensível ao desavinho na época da alimpa.

Conservação do cacho após maturação: Pouca, mas sensível à podridão cinzenta, sobretudo quando a copa é muito densa.

Protecção contra ataques de pássaros: Pouco necessária.

Aptidão para vindima mecânica: Boa, necessita de ser colhida com temperaturas abaixo de 25º C.

Tipo de vinho: Vinho de qualidade, destilado de aguardente.

Grau alcoólico provável do mosto: Médio (12% vol.). Valores RNSV: 10,67% vol. (média de, no mínimo, 40 cultivares, registada em Cadaval, durante 4 anos).

Acidez natural: Média (5 - 5,5 g/l de acidez tartárica). Valores RNSV: 6,38 g/l (média de, no mínimo, 40 cultivares, registada em Cadaval, durante 4 anos).

Sensibilidade do mosto à oxidação: Muito sensível.

Intensidade da cor: Clara, pouca.

Tonalidade: Palha.

Sensibilidade do vinho à oxidação: Muito sensível.

Análise laboratorial dos aromas: Não estudados.

Capacidade de envelhecimento do vinho: Melhora o envelhecimento quando armazenado em barrica.

Recomendação para lote: Castas com melhor estrutura, Arinto, Sercial.

Potencial para vinho elementar: Não é habitual, mas teve bons resultados experimentais.

Caracterização habitual do vinho: Vinhos com uma graduação média, frutados, equilibrados e com delicadeza enquanto jovens, o que tem levado alguns produtores a apresentar vinhos de casta bastante agradáveis, pese embora poderem perder precocemente o aroma (Ghira, 2004).

Qualidade do vinho: Aptidão para vinho de lote de qualidade, com casta de maior acidez.

Particularidade da casta: Casta interessante para zonas de influência marítima e ventosa. Produtividade satisfatória. Especialmente apta para vinhos leves e jovens.

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