Tália (PT)

Variedade: Branca | Categoria II |

Ficha da Casta

Tália

Origem da casta: Itália provavelmente do tempo romano. Gyrão (1822) e Macedo (1853) referem esta casta na Ilha de São Miguel (Açores). Lapa (1867) refere a casta em Arruda e, em 1874, refere-a na Estremadura em geral.

Região de maior expansão: Ribatejo, maior distribuição na França, Itália e praticamente todos países vitícolas do mundo.

Sinónimos oficiais (nacional e OIV): Ugni Blanc, St. Emilion des Charentes, Clairette de Afrique, Roussane (F), Trebbiano de Toscana, Castelli Romani, Passarena, Procanico (I), St. Emilion (E. U. A.), vários sinónimos internacionais, no velho e no novo mundo vitícola.

Sinónimos históricos e regionais: Douradinho (Vinhos Verdes) e Branquinha (Ribatejo).

Homónimos: Desconhecidos.

Superfície vitícola actual: 130 ha.

Utilização actual a nível nacional: Praticamente, não há novas plantações.

Tendência de desenvolvimento: Descendente.

Intravariabilidade varietal da produção: Não estudada, porque não é uma casta nacional.

Qualidade do material vegetativo: Clones franceses (ENTAV).

VVMD5 VVMD7 VVMD27 VrZag62 VrZag79 VVS2
Alelo1 Alelo2 Alelo1 Alelo2 Alelo1 Alelo2 Alelo1 Alelo2 Alelo1 Alelo2 Alelo1 Alelo2
226 232 245 249 179 183 194 200 245 251 135 145

Vinho de Qualidade DOC: «Beiras» na sub-região Beira Alta.

Vinho regional: «Minho», «Estremadura», «Ribatejano», «Terras do Sado», «Alentejano», «Açores».

Extremidade do ramo jovem: Aberta, com orla ligeiramente carmim e elevada densidade de pêlos prostrados.

Folha jovem: Verde com tons bronzeados, página inferior com elevada densidade de pêlos prostrados.

Flor: Hermafrodita.

Pâmpano: Estriado de vermelho, com gomos ligeiramente corados de vermelho.

Folha adulta: Grande, pentagonal, com três lóbulos; limbo verde médio, irregular, bolhoso e enrugado; página inferior com baixa densidade de pêlos prostrados; dentes médios e convexos; seio peciolar com lóbulos ligeiramente sobrepostos, base em V, e seios laterais abertos em V.

Cacho: Grande, cilíndrico, com a ponta bifurcada, medianamente compacto, pedúnculo comprido.

Bago: Arredondado, médio e verde amarelado; película espessa, polpa mole.

Sarmento: Castanho escuro.

Abrolhamento: Tardio, 14 dias após a Fernão Pires.

Floração: Tardia, 9 dias após a Fernão Pires.

Pintor: Tardio, 12 dias após a Fernão Pires.

Maturação: Época média, uma semana após Fernão Pires.

Vigor: Elevado (casta rústica).

Porte (tropia): Semi-erecto.

Entrenós: Médios/grandes.

Tendência para o desenvolvimento de netas: Média.

Rebentação múltipla: Nula.

Índice de fertilidade: Abundante, aneira.

Produtividade: Índice muito elevado (10 - 20 t/ha).

Estabilidade da produção (diferentes anos e localidades): Medianamente regular.

Homogeneidade de produção (entre as plantas): Uniforme.

Índice de Winkler (somatório de temperaturas activas): Não são conhecidos estudos.

Producção recomendada: 6.000 l/ha. Se o objectivo for o volume então, são aceitáveis produções até 10t/ha.

Sensibilidade abiótica: Às geadas de Inverno e a vento forte.

Sensibilidade criptogâmica: Pouco sensível ao Míldio, à Eutypa e à Botritis.

Estado sanitário (sistémico) antes da selecção: Não analisado, devido à existência de material vegetativo certificado importado de França (ENTAV).

Sensibilidade a parasitas: Não específica.

Tamanho do cacho: Grande, aberto, alado ou com ramos, cilíndrico.

Compactação do cacho: Média.

Bago: Médio, de difícil destacamento.

Película: Medianamente espessa.

Nº de graínhas: Em média, 2 por bago, bem desenvolvidas e compridas.

Sistema de condução: Na poda, deve ser compensado o vigor, por elevado número de gomos (vara longa).

Solo favorável para obter qualidade: Recomenda-se solos pobres, fundos e arenosos.

Clima favorável: Moderado, sendo preferível o clima seco.

Compasso: Qualquer intervalo.

Porta-enxertos: Não são conhecidos problemas de afinidade.

Desavinho/Bagoinha: Alguma susceptibilidade, especialmente em material tradicional sem selecção.

Conservação do cacho após maturação: Não possui especial sensibilidade.

Protecção contra ataques de pássaros: Pouco necessária.

Aptidão para vindima mecânica: Boa aptidão, com temperaturas abaixo de 25º C.

Tipo de vinho: Vinho de mesa de volume, destilado para aguardente.

Grau alcoólico provável do mosto: Médio (12 - 14% vol.).

Acidez natural: Média (4 - 5 g/l de acidez tartárica).

Sensibilidade do mosto à oxidação: Elevada.

Intensidade da cor: Média.

Tonalidade: Cítrica.

Sensibilidade do vinho à oxidação: Elevada tendência para a oxidação. Provavelmente por isso, esta casta, chamada Ugni Blanc em França, foi destilada na Charante (F), assim originando os famosos «Cognac» e «Armagnac».

Análise laboratorial dos aromas: Não foi realizada.

Capacidade de envelhecimento do vinho: Baixa, vinho para consumir no ano.

Recomendação para lote: Fernão Pires, Trincadeira das Pratas e Arinto.

Potencial para vinho elementar: Não é tradicionalmente usado.

Caracterização habitual do vinho: Os vinhos desta casta apresentam-se claros e com ligeiros tons citrinos, com um aroma de vinho jovem, fresco, fino e equilibrado, onde sobressaem notas de frutos verdes pouco maduros e de citrinos. Ao sabor, os vinhos desta casta mostram algum acídulo, com características frutadas e de juventude marcantes, mas o vinho tem tendência a envelhecer rapidamente e perder toda a sua qualidade.

Qualidade do vinho: Boa no consumo no ano, corre o risco de não envelhecer bem.

Particularidade da casta: Casta provavelmente importada pelos Romanos, de grande produção, com cachos cónicos, cilíndricos, compridos e verticais. Deve ser usada como casta de volume para vinhos da gama baixa. Tem problemas de oxidação na garrafa.

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