Espadeiro (PT)

Variedade: Tinta | Categoria III | Portugal

Ficha da Casta

Espadeiro

Origem da casta: Norte de Portugal. Fonsecca (1790: 35) descreve a casta detalhadamente, Lobo (1790: 73) classifica a casta no Vinho Verde. Vila Maior (1875) refere-se a três castas homónimas no Douro e no Vinho Verde. Ferreira Lapa (1874) refere uma casta homónima (Trincadeira) em Azeitão.

Região de maior expansão: Minho.

Sinónimos oficiais (nacional e OIV): Não tem.

Sinónimos históricos e regionais: Padeiro, Tinta dos Pobres.

Homónimos: Outrora, a Trincadeira também era conhecida como Espadeira na região de Setúbal. Existe ainda Espadeiro Mole (n.º 125). Lobo (1790: 35) fala também de uma casta branca. Meneses (1896) refere 14 diferentes castas desta denominação.

Superfície vitícola actual: 1.600 ha.

Utilização actual a nível nacional: Abaixo de 0,25%.

Tendência de desenvolvimento: Pouco significativa.

Intravariabilidade varietal da produção: Intermédia.

Qualidade do material vegetativo: Material policlonal RNSV.

VVMD5 VVMD7 VVMD27 VrZag62 VrZag79 VVS2
Alelo1 Alelo2 Alelo1 Alelo2 Alelo1 Alelo2 Alelo1 Alelo2 Alelo1 Alelo2 Alelo1 Alelo2
222 226 243 259 183 189 196 204 251 251 135 153

Vinho de Qualidade DOC: «Vinho Verde», nas sub-regiões Amarante, Ave, Basto, Cavado, Lima e Sousa.

Vinho regional: «Minho».

Extremidade do ramo jovem: Aberta, com orla carmim fraca, fraca densidade de pêlos prostrados.

Folha jovem: Verde com placas bronzeadas, página inferior com fraca densidade de pêlos prostrados.

Flor: Hermafrodita.

Pâmpano: Verde, ligeiramente estriado de vermelho, com gomos verdes.

Folha adulta: De tamanho médio, pentagonal, com três lóbulos; limbo verde-escuro, irregular, ligeiramente bolhoso, página inferior glabra; dentes médios e convexos; seio peciolar pouco aberto, com a base em V, seios laterais abertos em V.

Cacho: Grande, cilindro-cónico, medianamente compacto, pedúnculo de comprimento médio.

Bago: Arredondado, médio e negro-azul; película de espessura média, polpa rija; o pedicelo separa-se com facilidade.

Sarmento: Castanho-amarelado.

Abrolhamento: Tardio, cerca de 10 dias após a Castelão.

Floração: Época média, 6 dias após a Castelão.

Pintor: Tardio, 10 dias após a Fernão Pires.

Maturação: Tardia, uma semana após a Castelão.

Vigor: Muito forte.

Porte (tropia): Erecto, algumas varas horizontais e mesmo retombantes.

Entrenós: Médios. A casta reconhece-se, no Inverno, porque apresenta nós muitos salientes.

Tendência para o desenvolvimento de netas: Pouca.

Rebentação múltipla: Média.

Índice de fertilidade: Médio, cerca de 1,4 inflorescências por gomo abrolhado.

Produtividade: Índice médio/elevado, devido ao grande tamanho dos cachos (8.000-16.500 kg/ha). Valores RNSV: 8,04 kg/pl (média de, no mínimo, 40 cultivares, registada em Lousada, durante 4 anos).

Estabilidade da produção (diferentes anos e localidades): Irregular.

Homogeneidade de produção (entre as plantas): Uniforme.

Índice de Winkler (somatório de temperaturas activas): 1.338 horas acima de 10° C. (Arcos de Valdevez). Exige elevadas somas de calor efectivo para amadurecer.

Producção recomendada: 8.000 l/ha.

Sensibilidade abiótica: Não definido.

Sensibilidade criptogâmica: Medianamente sensível.

Estado sanitário (sistémico) antes da selecção: Não estudado.

Sensibilidade a parasitas: Pouco estudada.

Tamanho do cacho: Muito grande.

Compactação do cacho: Médio a compacto (218-256 g).

Bago: Médio/grande.

Película: Medianamente espessa.

Nº de graínhas: 2,2 por bago.

Sistema de condução: Tradicional: em «uveira» (em árvore); modernamente, em cordão.

Solo favorável para obter qualidade: Fresco. Adapta-se bem ao granito e derivados.

Clima favorável: Tolera vento e humidade.

Compasso: Todos os compassos tradicionais possíveis.

Porta-enxertos: Não há problemas de afinidade, devendo ser adaptados ao clima e solo.

Desavinho/Bagoinha: Não susceptível.

Conservação do cacho após maturação: Nenhuma em particular.

Protecção contra ataques de pássaros: Desnecessária.

Aptidão para vindima mecânica: Não é habitual, embora deva ser possível.

Tipo de vinho: Vinho de mesa, DOC e regional, vinho rosado (Espadal).

Grau alcoólico provável do mosto: Médio.

Acidez natural: Elevada.

Autocianinas totais: Não estudado.

Índice de polifenóis totais (280nm) do mosto: Não estudado.

Sensibilidade do mosto à oxidação: Pouca.

Intensidade da cor: Muito fraca.

Tonalidade: Não estudado.

Taninos: Monoméricos = 55,9 mg/l; oligiméricos = 262,4 mg/l; poliméricos = 466,8 mg/l.

Sensibilidade do vinho à oxidação: Pouca.

Análise laboratorial dos aromas: Não estudado.

Capacidade de envelhecimento do vinho: Alta.

Recomendação para lote: Vinhão.

Potencial para vinho elementar: Alto.

Caracterização habitual do vinho: Os mostos são pobres em açucares, dão origem a vinhos de cor rubi e rubi claro, de aroma e sabor a casta, acídulos (EVAG, 2002). Tradicionalmente, vinifica-se em «bica aberta», em diferentes locais da região para produção de vinho rosado conhecido por Espadal.

Qualidade do vinho: Boa.

Particularidade da casta: Casta limitada ao Vinho Verde tinto. Reconhece-se, no Verão, por folhas glabras e brilhantes, pruína no bago; no Inverno, porque apresenta nós muito salientes; finalmente, por muito pouca cor no vinho.

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