Camarate (PT)

Variedade: Tinta | Categoria III | Portugal

Ficha da Casta

Camarate

Origem da casta: Desconhecida. Alarte (1712) conhece a casta e refere sinónimos. Gyrão (1822) já a classifica no Douro e na Estremadura, e descreve características agronómicas.

Região de maior expansão: Ribatejo.

Sinónimos oficiais (nacional e OIV): Não há.

Sinónimos históricos e regionais: Castelão Nacional (Ribatejo), Mortágua (Arruda), Moreto (Douro), Moreto de Soure (Bairrada), Negro Mouro (Dão).

Homónimos: Desconhecidos. Menezes (1896) fala de um Camarate Branco.

Superfície vitícola actual: 600 ha.

Utilização actual a nível nacional: Quase nula.

Tendência de desenvolvimento: Inexistente.

Intravariabilidade varietal da produção: Média baixa.

Qualidade do material vegetativo: Material policlonal da RNSV.

VVMD5 VVMD7 VVMD27 VrZag62 VrZag79 VVS2
Alelo1 Alelo2 Alelo1 Alelo2 Alelo1 Alelo2 Alelo1 Alelo2 Alelo1 Alelo2 Alelo1 Alelo2
234 236 239 249 181 189 188 200 247 251 147 153

Vinho de Qualidade DOC: «Douro», «Bairrada», «Alenquer», «Arruda», «Torres Vedras», «Ribatejo» nas sub-regiões de Almeirim, Cartaxo, Chamusca, Santarém e Tomar.

Vinho regional: «Trás-os-Montes», «Beiras» nas sub-regiões da Beira Alta e Beira Litoral, «Estremadura», «Ribatejano».

Extremidade do ramo jovem: Aberta, com orla ligeiramente carmim, média densidade de pêlos prostrados.

Folha jovem: Amarela bronzeada, página inferior com elevada densidade de pêlos prostrados.

Flor: Hermafrodita.

Pâmpano: Estriado de vermelho, gomos com média pigmentação antociânica.

Folha adulta: De tamanho médio, pentagonal, com cinco lóbulos; limbo verde-médio, irregular, bolhosidade média, página inferior com média densidade de pêlos prostrados; dentes médios e convexos; seio peciolar com lóbulos ligeiramente sobrepostos, com a base em V, seios laterais abertos em V.

Cacho: Médio, cilindro-cónico, compacto, pedúnculo curto.

Bago: Arredondado, médio e negro-azul; película de espessura média, polpa mole.

Sarmento: Castanho avermelhado.

Abrolhamento: Precoce, 4 dias após a Castelão.

Floração: Precoce, 3 dias após a Castelão.

Pintor: Época média, 3 dias após a Castelão.

Maturação: Época média, uma semana após a Castelão.

Vigor: Forte.

Porte (tropia): Semi-erecto.

Entrenós: Médios e grandes.

Tendência para o desenvolvimento de netas: Baixa.

Rebentação múltipla: Baixa.

Índice de fertilidade: Mediana.

Produtividade: Média a muito alta (até 15.000 kg/ha).

Estabilidade da produção (diferentes anos e localidades): Irregular.

Homogeneidade de produção (entre as plantas): Pouco uniforme.

Índice de Winkler (somatório de temperaturas activas): Casta mediana.

Producção recomendada: 5.000 l/ha.

Sensibilidade abiótica: Não tem.

Sensibilidade criptogâmica: Sensível a Míldio, Esca, Eutypa. Muito sensível à podridão ácida. É das mais sensíveis ao Oídio.

Estado sanitário (sistémico) antes da selecção: 45% GLRaV3, 5% GFkV, < 50% RSP.

Sensibilidade a parasitas: Apenas à Traça.

Tamanho do cacho: Médio/grande (225 g).

Compactação do cacho: Compacto a muito compacto.

Bago: Médio/grande (2 - 2,5 g).

Película: Espessura média/baixa.

Sistema de condução: Cordão bilateral, com uma vara longa na parte terminal para absorver o vigor e compensar a produção. Casta com grandes problemas agronómicos.

Solo favorável para obter qualidade: Terrenos fundos, pouco férteis e bem drenados.

Clima favorável: Com boa insolação e pouco vento durante a fase jovem do ciclo vegetativo. Evitar o retardamento da maturação, devido ao perigo de podridão.

Compasso: Normal, adaptado à região.

Porta-enxertos: Preferencialmente, de baixo vigor e ciclo curto.

Desavinho/Bagoinha: Sensível a muito sensível.

Conservação do cacho após maturação: Perigo de enxugamento dos bagos; sensível à podridão tardia.

Protecção contra ataques de pássaros: Não é necessária.

Aptidão para vindima mecânica: É possível a colheita mecânica.

Tipo de vinho: Vinho de mesa, vinho de qualidade em lote, vinho rosado bom.

Grau alcoólico provável do mosto: Médio/baixo (10 - 12,5% vol). Casta com extrema dificuldade de maturação em solos férteis e húmidos.

Acidez natural: Média/Alta (5 - 7 g/l de acidez total; 1,5 g/l málica; 4,9 g/l tartárica).

Sensibilidade do mosto à oxidação: Elevada.

Intensidade da cor: Média.

Tonalidade: Rubi.

Sensibilidade do vinho à oxidação: Elevada.

Análise laboratorial dos aromas: Frutado, com notas de framboesa.

Capacidade de envelhecimento do vinho: Há pouca informação sobre o vinho elementar desta casta.

Recomendação para lote: Castelão, Tinta Miúda, Alicante Bouschet, Baga, Touriga e Syrah.

Potencial para vinho elementar: Baixo.

Caracterização habitual do vinho: Os vinhos de Camarate apresentam cor medianamente intensa, rubi. O aroma é frutado, com notas de framboesa. O sabor é aveludado e macio, com taninos suaves, que o recomendam para consumo em jovem (Cardoso, 2005).

Qualidade do vinho: Média.

Particularidade da casta: Embora se trate duma casta com grande tradição histórica, reconhecemos tratar-se de uma variedade que actualmente não produz vinhos ao gosto do mercado.

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