Borraçal (PT)
Variedade: Tinta | Categoria III | Portugal
Ficha da Casta
Borraçal
Origem da casta: Lobo (1790) e Gyrão (1832) conhecem esta casta nas sub-regiões de Porto, Penafiel e Basto (Vinho Verde). Vila Maior (1875) define as diferentes implantações da casta.
Região de maior expansão: Sub-região de Lima (Vinho Verde).
Sinónimos oficiais (nacional e OIV): Desconhecidos.
Sinónimos históricos e regionais: Olho de Sapo, Cainho Gordo (Cincinnato, 1900).
Homónimos: Desconhecidos.
Superfície vitícola actual: 1.275 ha.
Utilização actual a nível nacional: Abaixo de 0,2%.
Tendência de desenvolvimento: Não significativa.
Intravariabilidade varietal da produção: Intermédia.
Qualidade do material vegetativo: Material policlonal RNSV, clones RNSV em processo de admissão à certificação.
Caract. Molecular (OIV)
Classificação Regional
Morfologia
Fenologia
Potencial Vegetativo
Potencial Agronómico
Potencial Enológico
Particularidades da casta
VVMD5 | VVMD7 | VVMD27 | VrZag62 | VrZag79 | VVS2 | ||||||
Alelo1 | Alelo2 | Alelo1 | Alelo2 | Alelo1 | Alelo2 | Alelo1 | Alelo2 | Alelo1 | Alelo2 | Alelo1 | Alelo2 |
232 | 238 | 235 | 235 | 181 | 185 | 194 | 194 | 247 | 247 | 135 | 137 |
Vinho de Qualidade DOC: Vinho Verde, sub-região de Lima.
Vinho regional: «Minho».
Extremidade do ramo jovem: Aberta, com orla carmim de intensidade fraca, média a forte densidade de pêlos prostrados.
Folha jovem: Verde com tons bronzeados, página inferior com forte densidade de pêlos prostrados.
Flor: Hermafrodita.
Pâmpano: Estriado de vermelho, com gomos verdes.
Folha adulta: Tamanho médio, pentagonal, com três lóbulos; limbo verde médio, plano, medianamente bolhoso; dentes médios e convexos; seio peciolar com lóbulos muito sobrepostos, em V, e seios laterais em V aberto; página inferior com elevada densidade de pêlos prostrados.
Cacho: Pequeno, cónico alado, medianamente compacto, pedúnculo de comprimento médio.
Bago: Arredondado, médio e negro-azul; película de espessura fina, polpa de consistência média.
Sarmento: Castanho amarelado.
Abrolhamento: Época média, 6 dias após a Castelão.
Floração: Precoce, 1 dias após a Castelão.
Pintor: Tardio, 10 dias após a Castelão.
Maturação: Tardia, uma semana após a Castelão.
Vigor: Muito elevado.
Porte (tropia): Semi-erecto, algumas varas estendidas, horizontais e retombantes.
Entrenós: Curtos na base, depois médios.
Tendência para o desenvolvimento de netas: Elevada.
Rebentação múltipla: Baixa.
Índice de fertilidade: Média, cerca de 1,8 inflorescências por gomo abrolhado.
Produtividade: Índice baixo; média produtividade (8.000-16.000 kg/ha). Valores RNSV: 4,29 kg/pl (média de, no mínimo, 40 cultivares, registada em Arcos de Valdevez, durante 7 anos).
Estabilidade da produção (diferentes anos e localidades): Irregular.
Homogeneidade de produção (entre as plantas): Uniforme.
Índice de Winkler (somatório de temperaturas activas): 1.318 horas acima de 10° C (Arcos de Valdevez).
Producção recomendada: 8.000 l/ha.
Sensibilidade abiótica: Não específica.
Sensibilidade criptogâmica: Sensível ao Oídio e muito sensível à podridão do cacho.
Estado sanitário (sistémico) antes da selecção: Não disponível.
Sensibilidade a parasitas: Não específica.
Tamanho do cacho: Pequeno, (até 188-253 g).
Compactação do cacho: Média.
Bago: Dos maiores, mas irregulares (acima de 2,4 g).
Película: Medianamente espessa.
Nº de graínhas: 1,8 por bago.
Sistema de condução: Cincinnato (1900) diz: «é vulgarmente cultivada em árvores, pelo sistema das uveiras ou vinhas de enforcado». Bem adaptada ao cordão.
Solo favorável para obter qualidade: Solos secos.
Clima favorável: Zonas húmidas e quentes; alguma sensibilidade ao Escaldão, com sol intenso.
Compasso: Todos os compassos possíveis.
Porta-enxertos: Os tradicionais na região. Não tem problemas de afinidade.
Desavinho/Bagoinha: Alguma susceptibilidade ao desavinho, sensível à bagoinha.
Conservação do cacho após maturação: No caso de anos húmidos, apodrece facilmente.
Protecção contra ataques de pássaros: Não necessária.
Aptidão para vindima mecânica: Tecnicamente, deve ser possível.
Tipo de vinho: Vinho Verde tinto.
Grau alcoólico provável do mosto: Baixo (10-11% vol). Casta para vinho leve. Valores RNSV: 9,69% vol. (média de, no mínimo, 40 cultivares, registada em Arcos de Valdevez, durante 2 anos).
Acidez natural: Muito elevada em acidez málica e total. Valores RNSV: 11,51 g/l (média de, no mínimo, 40 cultivares, registada em Arcos de Valdevez, durante 2 anos).
Autocianinas totais: Valores RNSV: 420,48 mg/l (média de, no mínimo, 40 cultivares, registada em Arcos de Valdevez, durante 2 anos).
Índice de polifenóis totais (280nm) do mosto: Valores RNSV: 20,4 (média de, no mínimo, 40 cultivares, registada em Arcos de Valdevez, durante 2 anos).
Sensibilidade do mosto à oxidação: Alta.
Intensidade da cor: Mediana.
Tonalidade: Vermelho rubi.
Sensibilidade do vinho à oxidação: Alta.
Análise laboratorial dos aromas: Não é conhecida.
Capacidade de envelhecimento do vinho: Média.
Recomendação para lote: Vinhão.
Potencial para vinho elementar: Elevada.
Caracterização habitual do vinho: Produz mostos naturalmente mais ricos em ácido málico e na acidez total, comparativamente com o Azal Tinto, Vinhão e Espadeiro, dando vinhos de cor vermelha rubi, com aroma da casta, equilibrados e saborosos (EVAG, 2000).
Qualidade do vinho: Boa.
Particularidade da casta: Casta tradicional do Norte do País. Habitualmente com condução «arbustrum» (trepadeira em árvores). Limitada à produção de Vinho Verde tinto, com elevada acidez.