Alicante-Branco (PT)
Variedade: Branca | Categoria II |
Ficha da Casta
Alicante-Branco
Origem da casta: Casta internacional tradicional. Telles (1790:337), Lobo (1790) e também Fonsecca (1790) conhecem a casta branca Alicante. Odard (1873) suspeita de sinonímia internacional. Gyrão (1822) refere uma casta tinta na província do Algarve.
Região de maior expansão: Estremadura.
Sinónimos oficiais (nacional e OIV): Não há em Portugal. Internacionalmente: Beldi de Tunis (Tun), Damaschino (I), Farana (Alg), False Trebiano (AU), Mayorquin (F), Planta Angort, Planta Fina de Pedralba (E).
Sinónimos históricos e regionais: Boal de Alicante (Ribatejo, Alentejo), Boal Branco, Boal Cachudo (Dão), Pérola (Cova da Beira).
Homónimos: Desconhecidos.
Superfície vitícola actual: 2.000 ha.
Utilização actual a nível nacional: Não há replantação desta casta.
Tendência de desenvolvimento: Extinção da casta devida à fraca qualidade enológica.
Intravariabilidade varietal da produção: Não estudada.
Qualidade do material vegetativo: Não há material de propagação oficial.
Caract. Molecular (OIV)
Classificação Regional
Morfologia
Fenologia
Potencial Vegetativo
Potencial Agronómico
Potencial Enológico
Particularidades da casta
VVMD5 | VVMD7 | VVMD27 | VrZag62 | VrZag79 | VVS2 | ||||||
Alelo1 | Alelo2 | Alelo1 | Alelo2 | Alelo1 | Alelo2 | Alelo1 | Alelo2 | Alelo1 | Alelo2 | Alelo1 | Alelo2 |
228 | 240 | 235 | 239 | 179 | 194 | 186 | 188 | 251 | 257 | 145 | 147 |
Vinho de Qualidade DOC: «Encosta d’Aires», «Óbidos» «Alenquer», «Arruda», «Torres Vedras», «Lourinhã», «Ribatejo», «Borba», «Moura», «Portalegre», «Reguengos», «Vidigueira».
Vinho regional: «Beiras», «Estremadura», «Ribatejano», «Alentejo».
Extremidade do ramo jovem: Aberta-achatada, com forte densidade de pêlos prostrados, fraca pigmentação antociânica na orla.
Folha jovem: Verde com placas bronzeadas, com forte densidade de pêlos prostrados.
Flor: Hermafrodita.
Pâmpano: Nós, entrenós e gomos verdes, frequentemente com fasciações. Gavinhas médias.
Folha adulta: De tamanho grande, pentagonal, sub-quinquelobada; limbo verde médio, involuto, com fraco empolamento; dentes médios e convexos; seio peciolar pouco aberto, em V; página inferior com forte densidade de pêlos prostrados e fraca de pêlos erectos.
Cacho: Grande e frouxo, pedúnculo médio.
Bago: Arredondado, médio a grande, e verde-amarelado; película de espessura média a fina, e pruinada; polpa rija e suculenta; pedicelo de tamanho médio.
Sarmento: Castanho avermelhado.
Abrolhamento: Época média, 6 dias após a Fernão Pires.
Floração: Época média, 6 dias após a Fernão Pires.
Pintor: Tardio, 13 dias após a Fernão Pires.
Maturação: Tardia, duas semanas após a Fernão Pires.
Vigor: Médio-elevado.
Porte (tropia): Semi-erecto.
Entrenós: Médios.
Tendência para o desenvolvimento de netas: Muito forte.
Rebentação múltipla: Pouca.
Índice de fertilidade: Elevado.
Produtividade: Muito elevada, até acima de 20 t.
Estabilidade da produção (diferentes anos e localidades): Regular.
Homogeneidade de produção (entre as plantas): Uniforme, muito produtiva.
Índice de Winkler (somatório de temperaturas activas): Não existem estudos sobre esta casta.
Producção recomendada: Casta não recomendada para vinho de qualidade.
Sensibilidade abiótica: Vento.
Sensibilidade criptogâmica: Muito sensível à Escoriose e Botritis, medianamente ao Míldio e Oídio.
Estado sanitário (sistémico) antes da selecção: Por vezes mostra falsos sintomas de nó curto.
Sensibilidade a parasitas: Muito sensível à Traça.
Tamanho do cacho: Enorme, até acima de 1.000 g.
Compactação do cacho: Mediana.
Bago: Grande (acima de 5 g).
Película: Frágil.
Nº de graínhas: 2 - 4 por bago.
Sistema de condução: Cordão, poda curta, historicamente o gobelet tutorado.
Solo favorável para obter qualidade: Contenta-se com todo o terreno.
Clima favorável: Pouco húmido (perigo de podridão).
Compasso: Adapta-se a todos os intervalos.
Porta-enxertos: Tem afinidade com todos porta-enxertos tradicionais.
Desavinho/Bagoinha: Não tem especialmente.
Conservação do cacho após maturação: Sensível.
Protecção contra ataques de pássaros: Pouca necessidade.
Aptidão para vindima mecânica: Boa.
Tipo de vinho: Mesa, destilação, vinho leve.
Grau alcoólico provável do mosto: 9,5 -11º.
Acidez natural: 4,0 g/l.
Sensibilidade do mosto à oxidação: Alguma.
Intensidade da cor: Fraca.
Tonalidade: Palhete.
Sensibilidade do vinho à oxidação: Muito elevada.
Análise laboratorial dos aromas: Casta neutra.
Capacidade de envelhecimento do vinho: Nula.
Recomendação para lote: Casta de grande volume, pode ser melhorada com Fernão Pires e Arinto.
Potencial para vinho elementar: Não recomendável.
Caracterização habitual do vinho: Tendência para oxidação, cor de palha, neutro de sabor, fraca acidez, muito curto na boca, sem característica típica. Pode servir como uva de mesa.
Qualidade do vinho: Inferior.
Particularidade da casta: Casta com dupla aptidão para vinho e uva de mesa, historicamente importante pela sua elevada produção, mas não para vinho de qualidade.