Galego-Dourado (PT)
Variedade: Branca | Categoria II | Portugal/Espanha
Ficha da Casta
Galego-Dourado
Origem da casta: Desconhecida, devido ao insuficiente estudo de sinonímias com Espanha. O nome da casta sugere um parentesco com este país. Alarte (1712) refere a casta Gallego e Gallego de Montemor; Silva (1788) conhece um Gallego como sinónimo de Folgação. Gyrão (1822: XXI) fala da casta Galega na região da Estremadura. Lapa (1874: 96) também conhece Gallego Dourado na Estremadura: «dão pouco mas bom vinho».
Região de maior expansão: Baixo Tejo e litoral (Cincinnato, 1900).
Sinónimos oficiais (nacional e OIV): Dourada (AU), Rutherglen Pedro (ZA).
Sinónimos históricos e regionais: Gallego Dourado, Galego (Alentejo), Olho de Lebre (Azeitão), Pedro (AU), False Pedro (SU).
Homónimos: Galego (nº 132) e Galego Rosado (nº 134). Meneses (1900) fala de 4 homónimos.
Superfície vitícola actual: Portugal, 10 ha., África do Sul, 3.500 ha (denominada «Rutherglen» Pedro);
Utilização actual a nível nacional: Casta em extinção.
Tendência de desenvolvimento: Inexistente, mas com provável potencial de inovação.
Intravariabilidade varietal da produção: Não estudada.
Qualidade do material vegetativo: Sem selecção.
Caract. Molecular (OIV)
Classificação Regional
Morfologia
Fenologia
Potencial Vegetativo
Potencial Agronómico
Potencial Enológico
Particularidades da casta
VVMD5 | VVMD7 | VVMD27 | VrZag62 | VrZag79 | VVS2 | ||||||
Alelo1 | Alelo2 | Alelo1 | Alelo2 | Alelo1 | Alelo2 | Alelo1 | Alelo2 | Alelo1 | Alelo2 | Alelo1 | Alelo2 |
228 | 240 | 235 | 239 | 185 | 189 | 188 | 194 | 245 | 251 | 135 | 135 |
Vinho de Qualidade DOC: «Carcavelos».
Vinho regional: «Estremadura», «Ribatejano», «Terras do Sado», «Açores».
Extremidade do ramo jovem: Aberta, com orla carmim, elevada densidade de pêlos prostrados.
Folha jovem: Amarela com zonas bronzeadas, página inferior com elevada densidade de pêlos prostrados.
Flor: Hermafrodita.
Pâmpano: Avermelhado, gomos com média pigmentação antociânica.
Folha adulta: De tamanho médio, orbicular, com cinco lóbulos; limbo verde escuro, irregular, medianamente bolhoso, nervuras principais com média pigmentação antociânica; página inferior com média densidade de pêlos prostrados; dentes curtos e convexos; seio peciolar com lóbulos ligeiramente sobrepostos, com a base em U, seios laterais com lóbulos ligeiramente sobrepostos em U.
Cacho: Médio, cilindro-cónico, medianamente compacto, pedúnculo longo.
Bago: Arredondado, médio e verde-amarelado; película de espessura média, polpa mole.
Sarmento: Castanho-amarelado.
Abrolhamento: Precoce, em simultâneo com a Fernão Pires.
Floração: Precoce, 2 dias após a Fernão Pires.
Maturação: Precoce, em simultâneo com a Fernão Pires.
Vigor: Elevado.
Porte (tropia): Semi-erecto, com algumas varas horizontais compridas.
Entrenós: Curtos.
Tendência para o desenvolvimento de netas: Muito baixa.
Rebentação múltipla: Baixa a muito alta (até 48%).
Índice de fertilidade: Baixo (1,02 inflorescências por gomo abrolhado).
Produtividade: Índice 216 (baixa).
Estabilidade da produção (diferentes anos e localidades): Estável mas de baixo nível.
Homogeneidade de produção (entre as plantas): Sim.
Índice de Winkler (somatório de temperaturas activas): Relativamente baixo.
Producção recomendada: Pouco estudada.
Sensibilidade abiótica: Não estudada.
Sensibilidade criptogâmica: Susceptível ao Míldio, ao Oídio, e muito sensível à Botritis (cacho). No caso de humidade no ar, à Antracnose.
Estado sanitário (sistémico) antes da selecção: 20% GLRaV1, 30% GLRaV3, 60% GFkV, <50% RSPV.
Sensibilidade a parasitas: Não estudado.
Tamanho do cacho: Médio/pequeno, ramificado, cónico (350 g).
Compactação do cacho: Compacto.
Bago: Médio/grosso, redondo, difícil de destacar (3 g.).
Película: Medianamente espessa.
Nº de graínhas: 2,2 por bago.
Sistema de condução: O grande problema desta casta é encontrar na poda o equilíbrio entre o vigor excessivo e a produção. Recomenda-se poda de vara longa.
Solo favorável para obter qualidade: Calcário, pesado, forte.
Clima favorável: Marítimo.
Compasso: Qualquer, com suficiente espaço para o desenvolvimento adequado da parra.
Porta-enxertos: Aconselha-se porta-enxertos de pouco vigor, embora esteja pouco estudado.
Desavinho/Bagoinha: Sensível.
Conservação do cacho após maturação: Média.
Protecção contra ataques de pássaros: Alguma.
Aptidão para vindima mecânica: Boa aptidão.
Tipo de vinho: Vinho generoso (ZA), vinho de qualidade.
Grau alcoólico provável do mosto: Elevado (14 - 15% Vol).
Acidez natural: Média.
Sensibilidade do mosto à oxidação: Não tem.
Intensidade da cor: Intensa.
Tonalidade: Cítrica.
Sensibilidade do vinho à oxidação: Não tem.
Análise laboratorial dos aromas: Casta não analisada.
Capacidade de envelhecimento do vinho: Grande.
Recomendação para lote: Arinto.
Potencial para vinho elementar: Bom, mas não tradicionalmente.
Caracterização habitual do vinho: Dá vinhos de elevado teor alcoólico, redondos e aromáticos (Ghira – 2004).
Qualidade do vinho: Elevada/muito elevada (Cincinnato, em 1900, fala de uma das mais finas castas). Hoje está subvalorizada em relação ao seu potencial enológico.
Particularidade da casta: Casta provavelmente com um grande passado e com características enológicas prometedoras, mas abandonada pelo sector profissional devido a susceptibilidade ao desavinho e às doenças criptogâmicas. Infelizmente, esta casta não tem selecção de manutenção, factor que, em muitos casos, permitiu recuperar outras grandes castas em abandono. Folhas muito particulares, com pecíolo e nervuras principais de cor castanho-avermelhado, quinquelobadas, de lóbulos sobrepostos. Nos seios laterais são visíveis buracos quase redondos, em forma muito regular. A casta tem tendência a criar raízes aéreas.